sábado, 11 de abril de 2009

A LUZ DE ONTEM

Procuro, não sei o que procuro. Procuro
um céu passado, a véspera extinta. Meu rosto
vai tão baixo, que antes nos céus ia posto!

Procuro, não sei o que procuro. Procuro
auroras idas, que jorravam, inflamadas
fontes — hoje com águas presas derrotadas


Procuro, não sei o que procuro. Procuro
a grande hora que em mim restou sem figura
como em um cântaro morto um fim de abertura


Procuro, não sei o que procuro.

Sob estrelas de ontem,
sob as que passaram, procuro
a luz apagada que ainda enalteço.

Quem.....


.. Quem murmura na treva e acende estrelas
Quem me leva em marés de sono e riso
Quem invade meu dia após a noite
Quem vem – estando ausente -
E nunca vai?